Um dos campos mais dinâmicos da sociedade moderna é sem dúvida a arquitetura, que ao longo da história passou por diversas tendências e nos ajudou a entender e enquadrar momentos históricos através dos séculos. Essas tendências passam pela estética, funcionalidade e estilo de vida da sociedade, chegando a lugares mais profundos, como o entendimento dos espaços e como o indivíduo se insere e se relaciona com ele.
Sendo assim, sempre há uma nova abordagem ou novidade surgindo nesse mercado, trazendo novos olhares, mudando conceitos e modos de se pensar e fazer arquitetura.
Uma dessas tendências inovadoras é a neuroarquitetura, que vem ganhando espaço dentro e fora do Brasil, com o intuito de criar ambientes humanizados e que possam ser utilizados de forma mais inteligente e prática.
Assim como a neuroarquitetura, o feng shui também é uma tendência que busca criar ambientes harmônicos e que favoreçam a saúde mental, o bem-estar e a concretização de objetivos.
Enquanto a neuroarquitetura trabalha com foco em criar ambientes fisicamente favoráveis aos objetivos da edificação, o Feng Shui atua com foco no fluxo das energias, identificando, alinhando e harmonizando os elementos para que esse fluxo ocorra da melhor forma possível, logo, aliar a neuroarquitetura com a aplicação do feng shui nos espaços é extremamente assertivo e a garantia de ter um ambiente que vai cumprir seu papel e promover as energias adequadas ao objetivo do cliente.
Há um ditado que diz que: se a forma física é boa, os potenciais favoráveis conseguem se manifestar facilmente, isso é duplamente bom; se a forma física não é boa, os potenciais favoráveis não podem ser manifestados. Se a forma física é boa e os potenciais são desfavoráveis, esses potenciais não conseguem se manifestar plenamente; e se a forma física é ruim e os potenciais são desfavoráveis, isso é duplamente ruim.
Como forma consideramos, entre outros aspectos, as condições de habitabilidade dos ambientes: layout, posição e tipos de mobiliário, fluxos de circulação e acesso; posições de permanência; qualidade do ar e de iluminação; proximidade com a natureza. E principalmente a conexão homem - ambiente é essencial. “
Mas afinal, o que é a neuroarquitetura?
Passamos a maior parte do nosso tempo dentro de espaços construídos para atender a demandas específicas: prédios comerciais, escolas, residências, espaços públicos, dentre outros, mas o fato é que a grande maioria dessas edificações não foram projetadas pensando especificamente no bem-estar mental e físico dos usuários.
Esse é o ponto de partida da neuroarquitetura, trazer para esses espaços um olhar que privilegie o bem-estar físico e mental de quem irá usá-lo.
A neuroarquitetura surgiu dos estudos do neurocientista Fred Grace em conjunto com o arquiteto John P. Eberhard, que buscavam entender o impacto desses espaços construídos no cérebro humano e suas implicações, a partir disso surgiu a The Academy of Neuroscience for Architecture, com foco em pesquisas sobre esses impactos e como o desenvolvimento humano pode ser afetado, ajudado e aperfeiçoado a partir de espaços mais inteligentes, humanizados e que levam em consideração, primeiramente, o bem-estar mental e físico, sem deixar de lado a funcionalidade e características que a edificação precisa ter para cumprir seu papel social.
Um erro comum é achar que neuroarquitetura é uma junção de arquitetura com neurolinguística, quando, na verdade, se trata de algo mais complexo e profundo, que visa aplicar neurociência aos espaços construídos, assim como é comum as pessoas pensarem que feng shui se trata de uma técnica mística que engloba apenas decoração e uso de objetos, tais como, cristais, bolas facetadas, espelhos e fontes de água, quando na realidade se trata de uma técnica milenar e séria que faz uso da manipulação dos fluxos energéticos para propiciar e criar ambientes que gerem bem-estar, prosperidade, sucesso, saúde e longevidade.
Assim como o feng shui, a neuroarquitetura pode ser utilizada tanto na área interna de um ambiente quanto na área externa, pode ser aplicada a uma construção comercial ou residencial, assim como em projetos e espaços públicos.
Independente de onde será aplicado o conceito de neuroarquitetura, o objetivo é compreender os efeitos que esses espaços geram no cérebro humano em níveis de percepção menos consciente, e consequentemente, o impacto que isso tem no comportamento desses indivíduos.
Logo, a neuroarquitetura e o feng shui tradicional parte do pressuposto que os ambientes exercem uma influência direta sobre as pessoas, e que isso já está enraizado em padrões comportamentais mais primitivos e que foram moldados por séculos de evolução.
Em termos práticos, tudo aquilo que nos cerca é capaz de gerar algum tipo de sensação ou reação, a partir disso nosso cérebro libera hormônios que são responsáveis por nossas emoções.
Enquanto a neuroarquitetura trabalha com o conceito de que tudo gera um impacto em nosso cérebro a partir das emoções, o feng shui parte do pressuposto de que tudo que nos cerca gera algum tipo de energia. As escolas tradicionais de feng Shui, como a BaZhai, lida especificamente com as emoções e experimentações psicoemocionais dos moradores ou usuários do espaço, desvendando essa relação e fazendo ajustes no layout, em cores, e formas internas, logo, unir uma edificação projetada com neuroarquitetura e feng shui é ter um ambiente onde a parte física complementa a parte energética e se auxiliam para que o espaço seja harmonioso.
Com isso em mente, sabemos que o uso de determinadas texturas, padrões, formas, cores, cheiros, iluminação e acústica são capazes de influenciar positivamente ou negativamente o bem-estar dos indivíduos.
Sabendo que as construções causam impacto, seja ele negativo ou positivo, por que não usar isso de forma inteligente e projetar espaços que privilegiem o bem-estar mental e físico unindo feng shui e neuroarquitetura?
Exemplos práticos de como a neuroarquitetura pode ser utilizada em conjunto com o feng shui.
O uso da neuroarquitetura e feng shui pode melhorar a qualidade de vida das pessoas, seja dentro de suas casas ou em espaços coletivos, como escolas e locais de trabalho, e isso tem sido buscado pelo mercado, principalmente por empresas que desejam melhorar o desempenho, criatividade, foco e produtividade de suas equipes.
Muitas vezes para se ter um bom resultado e melhorar o ambiente e a qualidade de vida que ele oferece não é preciso uma grande reforma estrutural, uma simples mudança de layout pode promover as melhorias desejadas.
A iluminação é um ponto muito importante, ambientes com melhor aproveitamento de luz natural tendem a deixar as pessoas mais felizes e bem humoradas, além de gerar energia Yang, que favorece a criatividade, iniciativas e tomadas de decisões . Ambientes com iluminação fria e artificial promovem mais foco, atenção e clareza de pensamentos; ambientes muito escuros e frios geram mais energia Si Qi, um padrão estagnado de energia que pode estimular o sedentarismo, a preguiça, e sentimentos de intolerância. Já as lâmpadas amarelas e âmbar ajudam a relaxar e trazem aconchego, criam ambientes Yin, propícios ao descanso e ideais para quartos de dormir, por serem cores próximas aos espectro da luz solar ajudam o corpo a se revitalizar e recuperar as energias.
As cores também são importantes dentro da neuroarquitetura e do feng shui, de forma simplista, cores neutras e claras favorecem a concentração, as cores mais vibrantes ajudam a melhorar a criatividade. O cuidado com as cores deve estar alinhado aos objetivos do espaço, uma parede vermelha pode ser o estímulo correto em ambientes em que a sociabilidade precisa ser mais forte, porém, se colocada no local errado pode estimular maiores desafios e gerar irritabilidade, por isso a orientação de um profissional é tão importante.
Outro ponto que deve ser levado em consideração é a acústica do local, muitas pessoas têm dificuldade de se concentrarem em ambientes onde há muito barulho, conversa ou música, enquanto outras pessoas produzem melhor nesse tipo de ambiente. Um escritório de contabilidade pode ser incompatível com barulho, porém, já pensou em uma academia sem música? Ambientes mais barulhentos tendem a gerar mais energia Yang.
Identificar essas necessidades, padrões e qual a melhor forma de usá-los a favor dos indivíduos é o objetivo do feng shui e da neuroarquitetura, ambos tem a premissa de aumentar a qualidade de vida e criar um espaço que ajude os indivíduos a conquistarem seus objetivos com bem-estar físico e emocional.
Esses são apenas pequenos exemplos das aplicações do feng shui e da neuroarquitetura, obviamente cada espaço deve ser analisado individualmente por um profissional capacitado que vai avaliar essas necessidades e o perfil do espaço e qual a melhor forma de trabalhá-lo.
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